“Ainda dizem que sociólogo não serve pra nada”.
Com esta frase de desabafo, a socióloga Emília Esmeralda Evair mostra à nossa reportagem o resultado de um projeto inovador, no interior de Minas Gerais, que resultou no desenvolvimento de tecnologias no campo da robótica e da cibernética.
“A nossa intenção inicial era tão somente alfabetizar os nativos da comunidade. Para isso utilizamos o ‘Método Paulo Freire’, mas o resultado foi muito além”, explica Emília.
“Em uma semana alfabetizamos todos os moradores, em um mês, já tinha gente fazendo releitura da teoria da relatividade e das leis de Newton… das três ou quatro leis de Newton”, diz a socióloga.
O projeto mencionado, custeado pelo Ministério da Educação, que tinha como objetivo alfabetizar moradores de comunidades quilombolas, foi introduzido na vila do Pau Seco, onde moram centenas de descendentes de ex-escravos fugidos antes de 1888.
“Como a método (Paulo Freire) é muito dinâmico, foi possível em tão pouco tempo conseguir esses resultados”, fala Emília, apontando o maquinário desenvolvido pelos participantes do projeto.
Os estudos desenvolvidos despertaram os interesses da Nasa, da Aple, entre outras empresas.
“Não cogitamos a possibilidade de negociar com essas empresas que só visam o lucro” conclui a socióloga, que ainda não sabe informar qual será o futuro do projeto.